terça-feira, 10 de fevereiro de 2015

Mas passa. Há-de passar...

Ao fim de quase três meses sinto que sou, finalmente, capaz de me expressar sobre o pesadelo que me tem assombrado. Ao fim de quase três meses posso afirmar que, finalmente, caí em mim. Que deixei a ficha cair. Que percebi que já não estás aqui do meu lado e que não há como dar volta a isso. Tenho andado de um modo que nem sei mas sei que sou muito boa a fingir que estou bem e a dizer que não preciso nem quero saber de ti. Descobri que sou boa a mentir ou que as pessoas preferem fazer-me acreditar nisso ao invés de me torturarem com as perguntas e conversas constantes e que, de certo modo, nunca mudam.
É esta dor, sabes? É esta dor que me tem acompanhado. Saber que para além de ter perdido o meu namorado, perdi aquele que era como o meu melhor amigo. A dor de saber que nada voltará a ser igual e sinceramente, nem eu sei se quero que volte. E isso dói... dói não saber o que quero e o que esperar das voltas da vida. Dói-me na alma e sufoca-me o coração.
É como se um vazio de mim se tivesse apoderado e dele não me consigo separar. Sinto que falta algo... que faltas tu. Mas recuso-me. Recuso-me a pedir, mais uma vez, que voltes. Recuso-me a pedir que reconsideres a tua decisão. Já fiz de tudo para que isso acontecesse e se não aconteceu até agora, duvido que vá acontecer só porque te estou a pedir, mais uma vez. E enquanto isso, sinto-me prisioneira de mim mesma e dos pensamentos que do meu lado têm caminhado.
O amor não morre só porque já não estamos juntos. Ele "desaparece" para que possamos seguir com a nossa vida... porque o obrigamos a fechar-se a sete chaves numa pequena caixinha e fazemos figas para que ele não consiga libertar-se. Não, pelo menos não tão cedo. Ou talvez nunca. O difícil é conseguir colocá-lo, a todo, numa mísera e pequena caixinha... todo este enorme amor que suspira e divagueia por ti. 
Tu sabes, sempre fui rapariga de acreditar que as coisas estão predestinadas e que acontecem no momento certo - principalmente o amor - e talvez este não tenha sido o nosso momento... talvez o destino ainda se encarregue de nós. Ou talvez não. Talvez o nosso destino seja deixarmos o nosso amor fechado na pequena caixa que lhe destinámos.
Custa-me chegar a esta conclusão mas não há outra que consiga alcançar. Custa-me ter de passar por tudo isto, ter de aguentar esta distância que existe entre nós, ter de aguentar o facto de já teres colocado o nosso amor na famosa e pequena caixa. 
Mas passa. 
Há-de passar...

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